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Você precisa mais do que apenas dizer que ama

sexta-feira, 7 de agosto de 2015 /

















Você tanto falou que me amava que eu acreditei. Eu acreditei em cada palavra. Porque, puta merda, você é um bom mentiroso. Peguei minhas coisas e enfiei dentro da mala. Joguei um monte de coisas fora para caber dentro da sua vida. E fui, sem hesitar, sem medos, e sem armaduras. Fui de corpo e alma para você. Fui sem ter pra onde voltar depois. Porque meu plano era bem simples: nunca precisar voltar ou ir para qualquer lugar que não fosse com você. E naquele momento, eu sabia, só precisava de você para ser feliz.

Nada seria capaz de me ensurdecer mais do que o barulho da porta que você bateu na minha cara. Eu queria que você abrisse pra me olhar nos olhos, mas nem isso você quis. Apenas disse que não podia. Porque eu sei que se você me olhasse, você abriria a maldita porta. Eu ouvi em alto em bom som o que te impedia de abrir, era medo. Você nunca entendeu meu jeito impulsivo, sempre fingiu entender, mas no fundo você sempre teve medo dele. Eu tinha planos tão bonitos para nós dois. Nós dois em um carro em alta velocidade, sentindo a brisa gostosa, ouvindo nossa música favorita. Beijos apaixonados em baixo de uma figueira. Noites inteiras em claro matando a saudade e a necessidade que sempre sentíamos um do outro. E o medo de não dar certo abortou todos esses planos. Eu entendo, você que deu a ideia de nós dois. E eu por muito tempo achei que não fosse a melhor ideia, mas eu tinha certeza. Se você me enxergasse apenas um pouquinho, ia ver que eu tinha certeza de nós dois.

Sentei na porta de sua vida e fiquei repassando nossos momentos. Eu podia até sentir o gosto do seu beijo apaixonado, sua mão levemente me encostando mais a você. Nossas peles queimando juntas no nosso elétrico contato. Lembrei da forma que seus olhos de menino perdido ganhavam paz dentro do meu abraço. Eu gostava da felicidade que nós exalávamos juntos, era sempre assim, era só estarmos juntos que o mundo todo sumia e de repente era só nós dois. Nossas gargalhadas sincronizadas. Os olhares cúmplices. Então chorei. Chorei toda a saudade que já habitava em mim. É que com nós sempre foi assim, saudade mesmo sem estar longe. Talvez fosse porque, de fato, nunca conseguimos nos aproximar. A nossa sina eterna de Romeu e Julieta.

Juntei todas as forças que eu tinha e me levantei. Suspirei fundo, e pensei em um ditado “não adianta dar murro em ponta de faca” só pra te contradizer naquela vez que você sussurrou baixinho em meu ouvido em mais um de seus muitos rompantes de amor “água mole em pedra dura tanto bate até que fura”. E não é por birra que te contradigo, só acredito que meu ditado, no nosso caso, fez mais sentido. Você não mentia só para mim quando dizia que me amava. Você achava que aquilo era amor, e acreditava piamente em cada palavra sua, acho que isso que te tornava tão bom. Mas em meus míseros vinte e tantos sei que amor se prova com atitudes. Dizer que ama é muito fácil, é como dar um cheque sem fundos se você não pode provar. Se você me amasse mesmo. Você abriria aquela porta metafórica do amor para mim. Você fechou. Acabou. E eu fui. Joguei minhas coisas na primeira esquina e peguei carona com o desconhecido. Sempre fui fascinada por recomeços.

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